Oskar Groning e Eva Mozes Kor
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| Fonte: Imdb |
Oskar Gröning é o homem conhecido ultimamente como o contador de Auschwitz, ele cuidava por pegar e contabilizar o que os judeus traziam para o campo de concentração. Ele achava muitas riquezas, dinheiro de várias regiões da europa, devido à grande fortuna que os judeus possuíam. Nunca matou um homem. Trabalhava para aquele sistema horrendo do holocausto. Foi condenado pela morte de 350 mil, mas não chegou a cumprir pena por chegar a falecer antes, aos 96 anos.
Mas poucos sabem que ele veio a público, décadas depois do holocausto, falar sobre seu passado obscuro, porque havia uma tendência de um grupo que afirmava que o holocausto não tinha acontecido, e então Oskar diz: “Eu estava lá”, então já vimos que apesar de todas as maldades que fizera, ele se sentiu impelido a defender a verdade dos fatos, mesmo sabendo que poderia ser julgado por isso. Foi uma mostra de verdadeiro caráter, justiça, fortaleza, de defesa da honra dos judeus lembrando os pecados do Nazismo, mas neste caso nenhum processo foi feito contra ele.
Anos depois, quando John Demjanjuk, aos 91 anos, foi acusado por por ser guarda do campo de Sobibor, Polônia, o caso de Oskar Gröning veio à tona e queriam julgá-lo por seus crimes, pois era um dos últimos ou o último “cúmplice” (não quero discutir sobre a moral de julga-los ou não) vivo e conhecido que participou do holocausto.
Mas Oskar não fez como outros idosos, que muitas vezes agiam como atores, fingindo estar muito doentes ou dementes, se safando por não estarem em saúde para cumprir tais penas, mas, pelo contrário, Groening não demonstrou esses trejeitos, entrou com um andador por necessidade e foi muito sincero a respeito dos crimes que cometeu em Auschwitz-Birkenau e pediu perdão por se sentir culpado moralmente pelos crimes dos nazistas, contudo que ser culpado juridicamente estaria a cargo dos juízes. Isto mostra sua fortaleza, senso de justiça, honestidade que está agora vivo nele e esse homem que antes fora nazista parece estar morto.
Neste julgamento, havia alguns sobreviventes do nazismo entre eles, Eva Mozes Kor, uma mulher que estivera em Auschwitz, onde ela e sua família sofreram na pele a insanidade do nazismo. Seria comum que ela não o perdoasse e que tivesse grande ódio por ele, não só pelo que ela passou, mas por tudo que sua família, seu povo sofreram na mão dos nazistas, mas contrariando a normalidade e a mediocridade, ela diz:
“Perdoei os nazis e todos os que me fizeram mal, mas disse-lhe que o meu perdão não evitava que eu o acusasse ou que lhe retirasse a responsabilidade pelos seus atos”
E ainda afirma:
“O perdão é a maior vingança de todas”
Fonte: Observador
O fato chocou muitas pessoas quando Oskar chega até beijá-la na bochecha e ambos se abraçam. Alguns judeus não acharam certo a ação de Eva, nem perdoar Oskar, por ter participado de uma máquina de morte implacável, dizendo que ela foi muito longe em abraçá-lo e ser beijada.
Outros que acharam a ação de Eva louvável, a subestimaram dizendo que o perdoou, devido aos problemas que a falta de perdão causa no ser humano. Isso seria verdade se o pecado original não nos tivesse atingido, pois sabemos que muitas coisas nos fazem mal, mas continuamos fazendo. Por isso, um perdão dessa magnitude de não só perdoar Oskar, mas sim todos nazistas e até o louco Adolf Hitler, mostra uma grande prudência, temperança, antes de tudo fortaleza e até de misericórdia e justiça se compadecendo para com aquele senhor.
Como uma justiça cegada pela vingança e pelo ressentimento não pode fazer um justo juízo, mas sim uma revanche. O perdão torna uma decisão mais controlada, menos temerária e injusta, mais racional e menos emocional, pois diferente de que muitas pensam, o perdão não é injusto, não isenta o culpado do julgamento, mas nos dá a arma mais poderosa para nos vingarmos de todos os males e ações humanas, o amor.
Para mais informações:
Filme: O contador de Auschwitz na Netflix
https://www.bbc.com/news/world-europe-32336353
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